top of page
Buscar

6 de Maio, hoje é o aniversário de Freud

  • Foto do escritor: Psicólogo Inácio Mariz
    Psicólogo Inácio Mariz
  • 6 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Muito se comenta sobre a complexidade de algumas ideias de Freud. Algumas colocações suas são consideradas nebulosas e até mesmo obscuras. Um exemplo clássico: a referência ao inconsciente, quando Freud o compara a um continente negro (sic), jamais desvendado.


Deve-se muito dessa confusão ao próprio estilo freudiano, mais especificamente a sua aposta em uma linguagem metapsicológica. Não esqueçamos da peleja de Freud em se alinhar a algum traço (mesmo que distinto) de formalidade, que pudesse legitimar suas ideias entre aquelas dos cientistas de sua época. 


Conhecer Freud não tem a ver com escrutar profundamente seus textos e deles extrair alguma orientação exata referente ao que ele quis dizer com isso ou aquilo. Afinal, o que Freud quer dizer em seus textos é especificamente o que as suas observações clínicas proporcionaram de descobertas. 


Posso dizer, por experiência própria, que o leitor iniciante e o leitor "final" de Freud podem até experimentar a estranheza de seu texto de dois ângulos distintos que se tocam em um ponto: a dúvida sobre o que a metapsicologia tem a ensinar sobre o fato empírico. 


Para o leitor inicial, é essa dúvida que começa a faze-lo trilhar o caminho da Psicanálise, para em um determinado momento de sua formação, descobrir o que "tudo isso" significa. O que quero dizer: ele descobre que conhecia Freud desde o início, porque o que importa em suas leituras até então tem muito mais a ver com o leitor que ele se tornou, do que propriamente com a metapsicologia do autor. 

Já para um leitor amadurecido, o texto não se secundariza, mas esse descobre de fato que Freud é um observador, um empirista, e que seus textos, todos eles, tocam um fato da realidade que a sua experiência na clínica psicanalítica lhe mostrou e que ele precisou transmitir (só aí entra em cena sua metapsicologia). 


Por fim, o estranhamento e a complexidade em torno do pensamento de Freud tem a ver mesmo com a nossa subjetividade, de cada um, inclusive a nossa aqui no Brasil, na América do Sul. É uma bobagem essa história de achar que Freud quis dizer mais do que disse. Ou que algo está implícito na densidade de sua escrita metapsicológica. Se você ainda pensa assim, lembre-se que Freud era antes de mais nada um observador obcecado em transmitir suas descobertas.  E comece a interpreta-lo como esse observador que também era um exímio escritor, contemporâneo de sua época. Mas que, ao que parece, mesmo que seja pela forma de seu texto, pretendia ser surpreendente e contemporâneo em qualquer tempo que viesse a se chamar de agora.  

 
 
 

コメント


bottom of page